Cartórios registram crescimento nos pedidos de separação entre casais
Convivência sobre o mesmo teto nunca foi fácil. A obrigação por conta da pandemia piorou a situação. O isolamento social motivou a quarentena caseira, que se estendeu até que as medidas restritivas se flexibilizassem.
A pandemia trouxe também uma estatística relevante. O número de separações consensuais teve um aumento de 18,7%, segundo os cartórios de notas do país. O pior momento aconteceu justamente no período de quarentena, nos últimos três meses. Alguns dos estados com os maiores índices foram o Amazonas com 133% de crescimento, Pernambuco com 80% e Rio de Janeiro com 55%.
Dayane Perin, mentora e especialista em inteligência emocional para mulheres, explica como lidar com esse momento tão delicado em meio a crise. “As mulheres passaram a conviver consigo mesmas. No primeiro momento ocorreu aquela comoção de ‘susto coletivo’, no sentido de não saber lidar com todas as demandas juntas e ao mesmo tempo. Porém, no segundo momento, as mulheres passaram a se perceber e se entender em suas vidas. O amor nasce da convivência e, com ela, surge o entendimento, o acolhimento. Mulheres passaram a nutrir esse sentimento por si mesmas e, com isso, o ‘susto coletivo’ foi dando espaço ao amor próprio. Mulheres passaram a não tolerar o que antes maquiavam com tantas tarefas externas”, avalia.
De acordo com a especialista, durantea pandemia, o externo entrou em manutenção e o interno passou a ser a única via de comunicação. “Antes de se pensar num divórcio, há necessidade do diálogo. Essa sempre será a melhor solução. Porém, há uma passo mais importante antes desta conversa: entender como você se sente diante dessa situação”, afirma Dayane.
Segundo Dayane, muitas vezes os casais vão para o diálogo sem suas respostas internas, quando aunda não sabem como lidar com os sentimentos. “Com essa sensação, a maior defesa é o ataque. Em um momento de crise, é crucial entender em primeiro lugar, como você se sente diante do que está acontecendo. Agindo assim, você vai para o diálogo com total clareza do seu papel de fala, sobre o que te pesa, das soluções possíveis e da autorresponsabilidade sobre seus sentimentos”, conclui.
Fonte: Eu, Rio
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