Os III Jogos Brasileiros para Transplantados, realizados em Curitiba entre os dias 19 e 22 de setembro, foram marcados por emoção, vitórias e histórias de superação que reforçam a importância da doação de órgãos.
Entre os destaques esteve o atleta Vanilto Dipicoli, que conquistou o primeiro lugar nos 200 metros rasos e o segundo lugar nos 400 metros. Ele também participou do tênis de mesa — esporte que não costumava praticar — e surpreendeu ao garantir a medalha de ouro.
Nas pistas, Vanilto dividiu espaço com Thiago Regis, primeiro transplantado de órgãos a completar um Ironman Full no Brasil — prova que reúne natação, ciclismo e uma maratona completa. Apenas um ano e dez meses após o transplante, Thiago encarou novamente o desafio, desta vez nos Jogos. O encontro entre os dois se transformou em um momento simbólico de força, esperança e a certeza de novos começos.
“Competir contra o Vanilto hoje foi muito mais difícil do que completar um Ironman. Ele é um verdadeiro monstro das pistas”, declarou Thiago após a disputa. Vanilto, por sua vez, destacou a honra de competir com outros transplantados e reforçou o objetivo comum: dar visibilidade à causa da doação de órgãos.
Os Jogos Brasileiros para Transplantados celebram a vida e demonstram à sociedade o impacto positivo da doação. “Esses jogos não são apenas uma competição esportiva, mas uma vitrine de esperança. Cada atleta que cruza a linha de chegada mostra que a doação de órgãos transforma destinos e devolve sonhos interrompidos”, afirmou Edson Arakaki, idealizador do evento.
Vanilto também ressaltou a importância da tecnologia nesse processo: “Hoje temos a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), que permite registrar digitalmente a intenção de ser doador. Se esse é o seu desejo, procure informações e faça sua certificação. Você pode mudar a vida de muitas pessoas que aguardam por uma doação.”
Entre as histórias que marcaram os Jogos, a participação de Pedro Della Vecchia, atleta mais velho em atividade na América do Sul, com mais de 80 anos, chamou atenção do público e dos competidores. Representando Tatuí/SP, Pedro correu diversas provas, mostrando fôlego, determinação e alegria a cada passo. No final, deixou a mensagem de que a vida, quando renovada pela doação de órgãos, pode ser vivida intensamente em qualquer idade.
Pedro ainda conquistou pódios importantes: segundo lugar nos 5 km e nos 800 metros rasos, além do terceiro lugar nos 200 e 400 metros. Tornou-se, assim, um exemplo vivo de superação.
AEDO: tecnologia em prol da solidariedade
Instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e implementada pelos Cartórios de Notas do Brasil por meio da plataforma e-Notariado, a AEDO permite que qualquer cidadão registre, de forma simples, gratuita e com validade jurídica em todo o país, sua vontade de ser doador de órgãos.
No Paraná, mais de 1,1 milhão de pessoas já aderiram ao sistema, tornando o estado referência nacional em políticas públicas que incentivam a doação. O exemplo dos atletas, somado ao de tantas outras pessoas, reforça uma mensagem poderosa: a doação de órgãos transforma vidas e oferece novas oportunidades.
“Seja um doador, salve vidas”, concluiu Vanilto, resumindo em uma frase o mantra que leva para a vida.
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