Cartórios de Notas realizaram, com apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Jornada Notarial para difundir a Autorização Eletrônica para Doação de Órgãos (AEDO)
Jhonata Claudino de 37 anos, compartilha a luta de sua filha Júlia Alves, de 11 anos, contra uma úlcera de córnea, que comprometeu sua visão. Hoje, Júlia tem apenas 20% da capacidade visual. Os dois enfrentam a espera pelo transplante de córnea, desde os 4 anos da menina. Para Jhonata, a Autorização Eletrônica para Doação de Órgãos (AEDO), realizada pelos Cartórios de Notas, trouxe um novo significado para a sua família.
A AEDO foi descoberta por Jhonata, por iniciativa de sua chefe, Cristina Tonet Colodel, que é tabeliã responsável pelo 2° Tabelionato de Notas de Irati e diretora administrativa do Colégio Notarial do Brasil – Seção Paraná (CNB/PR). Foi ela quem apresentou o projeto, incentivando que seus funcionários participassem da Jornada Notarial de 2024, que ocorreu em 19 de outubro.
“Eu tive conhecimento desse trabalho, que é importantíssimo, que ajuda a sociedade, embora muitas famílias não saibam disso. Quando descobri a AEDO, senti que era um apoio muito bonito dos cartórios para nós.”, destaca. Hoje, Jhonata vê no processo de autorização eletrônica como uma ferramenta que incentiva a doação e esclarece dúvidas.
Jhonata compartilhou como a visibilidade proporcionada pela Jornada Notarial pode inspirar pessoas a se tornarem doadoras. “A campanha é sensacional. Quando vejo a quantidade de gente se inscrevendo e doando, ou indo tirar dúvidas sobre o processo, acho lindo. Para famílias como a minha, esse apoio é indescritível, a gente se sente acolhido”, afirma.
Para ele e sua filha, a trajetória tem sido marcada por altos e baixos. Desde os primeiros sintomas, que surgiram quando Júlia tinha apenas 4 anos, foram várias consultas, tratamentos e diagnósticos até que, veio a confirmação, úlcera de córnea. Hoje, Júlia está aprendendo a lidar com suas limitações visuais, buscando suporte e apoio de sua família.
“Eu vejo o quanto ela luta, mas mantenho o sorriso e apoio para que ela não desanime. Sei que o meu apoio para ela é importante, as vezes me sinto triste com tudo isso, sem entender o motivo de ter acontecido, mas eu, como pai, também preciso ser firme e transparecer para ela que está tudo bem”, conta Jhonata.
Além de contar com o apoio da família, Júlia recebe suporte e o acompanhamento da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (APDEV). A instituição atende crianças com algum tipo de deficiência visual, lá, Júlia tem acesso a aulas especializadas e atividades adaptadas as suas necessidades, inclusive praticando judô, que gosta muito. A equipe da APDEV é composta por profissionais que auxiliam não somente a melhorarem e desenvolverem suas habilidades, mas que ajudam a desenvolver a superação de novos desafios.
Para famílias como a de Jhonata e outras que enfrentam a fila de espera por transplantes, a Autorização Eletrônica para Doação de Órgãos vem fazendo a diferença em suas vidas, ajudando trazer a esperança. Os Cartórios de Notas têm desempenhado um papel importante para aqueles que buscam a doação como uma forma de solidariedade à quem ama.
“O sentimento de acolhimento é a melhor coisa. Sei que tem famílias que não vão ao cartório por medo ou vergonha, mas a AEDO é segura e os notários que orientam são solidários, prontos para sanar qualquer dúvida e te incentivar. E realmente, com isso tornamos vida na vida de alguém”, afirma.
Jhonata afirma que para que mais famílias possam contar com doações e conseguirem sair da fila de espera por um transplante, é necessário melhorar a qualidade de vida e conscientizar as pessoas ao seu redor, sejam amigos, familiares, colegas, sobre o autocuidado. “Abra seu coração, se informe, contem suas histórias. Só assim poderemos ajudar outras famílias e mostrar que essa espera, por mais difícil que seja, pode ter um final feliz”.
Assessoria de comunicação CNB/PR
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